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Ter seu Corpo Como Lar

Olhou-a de cima a baixo, pensando e fazê-la sua

Ela falou algo apressada e ele só pensava em tê-la nua

Tomou-a em seus braços e beijou-a torridamente

Tentavam disfarçar o instinto, mas a libido lhes dominava a mente

Não conseguiam esconder o nervosismo, porém o tesão era mais forte

A partir daquele momento só o prazer era o seu norte

Partiram para o quarto como leões atrás de uma gazela

Ele a tocava como um pintor toca com o pincel a tela

Cada beijo cálido esquentava mais e mais o clima

Como uma fera que vê a presa, deu o bote e foi pra cima

Arrancou-lhe o vestido e jogou-a no tapete

Sua pele contrastava com a cor do corpete

Ata-lhe a cama como quem laça um novilho

Então com os dentes lhe abre o espartilho

Ela sente-se indefesa, mas não se debate

Ele a beija o corpo e sua língua a invade

Ela se contorce como um peixe na rede

Ele vê o prazer em seu rosto pelo espelho na parede

Sua mão grande e áspera a toca suave

Seus gemidos ecoam como o cantar de uma ave

Ela o prende entre suas coxas pedindo mais

Em seus corpos o prazer nunca é demais

Encaixa-se nela como se fossem uma obra de arte

Se querem por inteiro, não se contentam com parte

Faz-se dela e ela dele, buscando somente satisfação

Seus corpos entrelaçados, entregues a paixão

O prazer dela era capaz de molhar o mar

Ele aprendeu a arte de fazê-la gritar

Seu corpo já não era seu, só se mexia por espasmos

Usaram-se até ficarem simplesmente pasmos

Falou-lhe obscenidades para deixá-la ainda ligada

Puxou-lhe os cabelos, deixou-lhe a coluna envergada

Domou-a pelas costas e novamente a possuiu

Totalmente desfalecida, caiu na cama, olhou pro lado e sorriu

Pouco a pouco foi se recuperando e se aninhando em seus braços

Pedindo mais e mais para ter os seus amassos

Depois de estarem saciados deixaram a mansidão fluir

Corpos estatelados, sobrepostos a dormir

Acordam excitados, tomados de prazer

Só o toque dele já faz o mel dela escorrer

Ele a olha com lasciva agarrada ao lençol

Ele acha interessante ver seu corpo sob o sol

Ela agarra a vela e lhe derruba a cera quente

Prazer se mistura com dor num clima envolvente

Totalmente envolvida ela se permite o açoite

No emaranhado dos lençóis o dia virou noite

Depois de 24 horas nesse ritmo de alucinar

Perceberam que o corpo do outro era o que queriam chamar de lar

Poema originalmente publicado no 03 de maio de 2016 no antigo O Blog Do Victão.

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