Eu só Quero Tempestade

O vento batendo em minha porta, fui atender e o vazio entrou em minha vida

O sopro frio me levou qualquer rastro da presença de você

Sua ausência me gelava mais que o vento frio

Me esforçava para me lembrar, mas a brisa levou as fotografias

Tentei buscar no meu diário, porém todas as páginas suas se esvaíram

Busquei na memória um sinal de você, todavia notei que o vento levou

Na mente eu busco uma vaga lembrança, contudo nem um fio de memória

Um furacão entrou em minha vida e levou dela você

Você já não é mais nada para mim a não ser, não sei

Um espasmo mental que espectralmente me traz uma imagem que já nem sei se é sua

Mas também sopram bons ventos que me trazem coisas boas

O mesmo furacão que varreu as coisas ruins, trouxe novas lembranças

Novas esperanças, o vento que soprou, acarinhou o meu rosto

O suave toque do sopro me trouxe uma boa sensação

Me lembrei de como é bom me sentir bem e amado por alguém

Senti uma breve brisa rascante, vindo do sul para o norte

É aquele vento quente, quase uma tormenta tropical

Soprando forte na minha mente, agitando a copa das minhas árvores mentais

Varrendo as folhas do passado, abrindo espaço para gerar novos frutos

Um futuro com ventos uivantes que empurram barcos para além-mar

Que sopra da terra pro mar, afastando o que não me pertence mais

Trazendo pra mim só o que vai ser bom manter na memória

Que os ventos venham com baixa pressão, para que precipite

Chova muito amor e paz que é o que eu preciso pra mim

Só quero isso, um vendaval do que há de bom em cima de mim

Que eu possa plantar chuva, para colher tempestade

Tempestade de tudo aquilo que um grande amor tem pra dar

Poema originalmente publicado no 19 de maio de 2016 no antigo O Blog Do Victão.