A Mulher com os Olhos do Tempo

Olhei pela janela e só de olhar pro céu eu percebi

Você estava triste e eu não sabia o porquê

Só sabia que o céu estava cinza como o seu olhar

No seu rosto lágrimas e o céu a chover

Parece que você tem o poder de controlar o tempo com os olhos

Quando feliz, seus olhos estão azuis

Quando triste, eles ficam cinzentos

Quando com raiva, eles ficam avermelhados

Quando pensativa, eles ficam róseos

E quando cansados, eles ficam negros como a mais profunda noite

Se você chora, então, logo começa a chover

Parece até que Deus lhe deu tamanho poder

Os seus olhos refletem o tempo

Mas hoje você está triste, o céu está cinza e está chovendo

Dias assim, eu fico triste também, por te ver desse jeito

Tem quem goste dos dias de chuva,

Eu prefiro os dias de sol, pois nesses dias você é feliz

Quando você sorri, o sol brilha mais forte

Quando você se alegra, somem todas as nuvens do céu

Eu não nasci pro frio, meu bem e você me traz calor

Prefiro seus olhos quando azuis como o céu

Pois o azul combina mais com você, te faz brilhar

Mas a vida é assim, vão ter dias que serão só felicidade

E assim o sol brilhará intensamente

Mas haverá dias de tempestade, onde será tudo cinza

Um visual Noir, que não combina com você

E deixa os dias com o peso da sua melancolia

Mas não gosto também, quando você está com os olhos de onda

Quando na praia dos seus olhos é tudo lindo,

Mas no mar da sua alma é tudo tempestade,

Água de chuva de mar

Prefiro quando os seus olhos são verão

É sol a maior parte do tempo, mas de vez em quando desce água

E é muita água, porém é água para lavar

O seu olhar de inverno é de gelar qualquer coração

Transmite aquele vento frio das tardes de inverno

Mas a paz e tranquilidade que você transmite

Quando está com o olhar de primavera

Se equipara a qualquer pôr do sol à beira mar

Desanuvia e traz clareza

Quando Deus te criou, te deu esse poder

De controlar o tempo de ter o tempo em seu olhar

Preciso ver sempre o seu olhar azul

De brilho tão raro que fascina

E que assim, no verão dos seus olhos, nunca haja inverno

Que o seu olhar pra mim seja sempre de verão

Que esquente, fortaleça e faça bem

Pois quando chove em seu olhar, que eu seja seu guarda-chuva

Que eu te proteja e possa te abrigar

Que suas chuvas sejam passageiras

Mas que sempre, no final, em seu olhar

Surja sempre um arco-íris, para premiar

Toda e qualquer pessoa capaz de te admirar

Poema originalmente publicado no 26 de maio de 2016 no antigo O Blog Do Victão.