top of page

Três

O cheiro de luxúria e satisfação eram inebriantes naquele quarto escuro

Faziam poucas horas que haviam adormecido em tamanho júbilo

Aquele emaranhado de corpos nus sobrepostos

Com o amanhecer do dia o corpo dele acordava duro

Elas com seus corpos voluptuosos despertavam pro dia

Acarinhavam-se com sutileza quase infantil

Riam e sorriam generosamente recordando o ocorrido

O álcool que dominou a noite passada ainda entorpecia

O sorriso bobo nos lábios dele eram a resposta cabal

Que a noite tinha sido de prazer, gozo e satisfação

Suas costas esfaceladas provavam que afinal

Tiveram uma noite de atividade física com diversão

Deixaram-se tomar pelo desejo e a libido

Encaravam o desafio sem qualquer reverência

Satisfizeram-se como se o mundo estivesse perdido

Em alguns momentos o prazer veio através da violência

Vela, chicote, mordaça e brinquedos

Só entre eles, aquela noite seria um segredo

Lubrificante, algemas e fantasias

Fora daquele quarto o mundo parecia uma orgia

Aquela cama era um templo para Eros

Cada movimento em prol do prazer era feito com esmero

Cada um deles teve a sua vez

Melhor que um, à dois, é a três

Curtiam a experiência de uma forma fulgurante

Viviam com a ideia de quanto mais melhor

Cada boca que provava um corpo, sabia o sabor de cor

Cada corpo extasiado era mais um motivo excitante

Cada lábio mordido era um gemido contido

Todo rosto entre travesseiros era um prazer alcançado

Pelos deuses do prazer eram abençoados

Como clérigos por eles eram ungido

Ávidos pelos outros corpos como quem quer saciar a sede

Jogavam-se na cama num amontoado

Seus corpos se ligavam como em uma rede

Exploravam seus corpos como se fosse um presente

Permitiam-se coisas inimagináveis

Corpos suados, marcados com unhas e dentes

Quando pareciam entregues e sem ideias

Começavam as carícias e servia de combustível

Daí o prazer era elevado a outro nível

Envolvidos nessa magia

Transformavam o prazer em perdição

Curto circuito em curtição

Um é pouco, dois é bom, três é demais

Vale tudo quando o prazer chama

No prazer o que vale é o gozo afinal

Quando é à três, tudo satisfaz, a alma abandona o corpo quando está nessa cama

Tudo em nome da conjunção carnal

Poema originalmente publicado no 10 de maio de 2016 no antigo O Blog Do Victão.

Posts recentes

Ver tudo
Genocídio Negro

Qual seu espanto? Mataram mais um menino que não era branco Não foi na zona sul. Foi alvejado pelas costas por alguém de farda azul Esse...

 
 
 
Só Tomo Café Amargo

A vida é impureza em sua essência Mazelas, desilusão, sofrimento Sorrisos, desapegos, amor Nostalgia, saudade, amizade Nada disso é puro...

 
 
 
O Amor É Tudo

Quando eles se derem conta já será tarde Sucumbirão diante da própria soberba Marchando contra a nossa força intransponível Seremos...

 
 
 

Comments


Post: Blog2_Post

Formulário de Inscrição

Obrigado pelo envio!

  • Instagram
  • Facebook
  • YouTube

©2020 por oblogdovictao. Orgulhosamente criado com Wix.com

bottom of page