Enegrece o céu
A água caindo ao léu
Me molha, me lava
Me leva e me lavra
É chuva, é vento, é tempestade
A água assume a sua majestade
Temporal com ventania
Transformando em noite o dia
Balançando dos barcos as velas
Derrubando casas nas favelas
Mas eu me apego às águas que caem
Enquanto as dores se esvaem
Tempestade forte só serve pra mostrar
Que águas mais profundas devemos buscar
Enquanto revolve o que está por cima
Amansa a minha estrutura íntima