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Sem Olhar a Quem

Questiono minha sanidade mental

Diante de tantos descalabros e devaneios

Súplicas e sussurros de pobres coitados

Atitudes desesperadas de pessoas despreparadas

Não me calo diante dos fatos

Mas tamanhas atrocidades não me inspiram

Parece que reviveram os cavaleiros do Apocalipse

Fome, Guerra, Peste e Morte

Que caminham entre nós sem causar espanto

Enquanto alguns comemoram a sua chegada

Outros padecem sob o seu jugo

E o restante apenas aguarda a sentença de morte

Não sei se esse é o Juízo Final

Contudo, o sangue anda jorrando como água

Enterra-se pais, filhos, irmãos, avós

Perdeu-se a noção do ridículo

Ou simplesmente o senso crítico

Já não se tem vergonha de pregar a maldade

Uma sociedade extremamente doente

Culpam a vítima e vitimizam o agressor

Tratam minorias como inimigos

E os inimigos como mitos

Calam diante dos malfeitos

E celebram toda e qualquer maldade perpetrada

Dividem para devastar

Devastam por mera diversão

Oprimem, abolem, aniquilam, espremem, maltratam

Fazem o mal sem olhar a quem

Somente visando o seu bem-estar

Já não me preocupo com o fim do mundo

Pior do que está não pode ser

Quando o irmão quer o mal do seu irmão

É que a Humanidade inteira já perdeu

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