Pílula de Cianureto
- oblogdovictao
- 6 de abr. de 2020
- 2 min de leitura
Chega o momento em que a decisão se faz necessária
Devo escolher entre ser quem sou ou outro alguém
Se aquilo que fiz me basta ou se me faz ir além
Já não suporto mais a ideia de que a vida é boa
Não engulo mais essa piadinha tão sem graça
E todo esse pensamento merda e tanta desgraça
Já me cansei de seguir ordem de quem não sabe o que diz
Fingir me importar com esse falso moralismo
E de viver nesse sufocante capitalismo
Aqui é onde filho chora e a velha mãe não vê
Quem morre é tratado só como mais um mero número
Quem se julga o fiel, na verdade é o mais adúltero
Não tenho tempo a perder com tanta palhaçada
Gente sem caráter apontando os meus pecados
Sexo, drogas, bebida e todo o meu dinheiro aplicado
Cadê minha pílula de cianureto?
Será que é isso o que vocês esperam de mim?
Mais um pelas costas que vocês torcem pelo fim
Cadê a minha pílula de cianureto?
Eu não escondo quem eu sou, eu não sou ninguém
Se for guerra, terá! Mas se for paz, tem também!
Eles tentam corromper meu corpo com suas porcarias
Fazem isso tudo atrás de alguma coisa que o valha
Mas eu ataco eles com meus versos à revelia
Enquanto em minhas veias o cianureto se espalha
Eu morro para tudo aquilo que eles pregam
Não quero casa na praia, nem carro do ano
Eu arranco deles tudo o que eles me negam
Resiste aos males sem sofrer muito dano
Cadê minha pílula de cianureto?
Será que é isso o que vocês esperam de mim?
Mais um pelas costas que vocês torcem pelo fim
Cadê a minha pílula de cianureto?
Eu não escondo quem eu sou, eu não sou ninguém
Se for guerra, terá! Mas se for paz, tem também!
A minha carne eles nunca tocarão
O meu sangue nunca cobrirá o chão
É um assalto, eu levanto as minhas mãos
Bala perdida é sempre em minha direção
No meu peito ainda bate um coração
A minha vida vale mais que qualquer milhão
Eu não preciso ouvir a sua pregação
A minha pílula já está em digestão
Cadê minha pílula de cianureto?
Será que é isso o que vocês esperam de mim?
Mais um pelas costas que vocês torcem pelo fim
Cadê a minha pílula de cianureto?
Eu não escondo quem eu sou, eu não sou ninguém
Se for guerra, terá! Mas se for paz, tem também!
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