A poesia morreu?
Me perguntou alguém ao longe
Eu me assustei com tal questionamento
Até porque, ela estava comigo há duas horas atrás
Aliás, eu falava dela quando isso rolou
Fiquei meio estupefato
Afinal, como a poesia podia morrer
Mas olhei a minha volta
E comecei a entender
A poesia deve ter morrido mesmo
Já não vejo mais os enamorados
Muito menos os loucos e revolucionários
Os pensamentos já não questionam
As pessoas andam tão iguais...
A poesia ainda tenta se fazer presente
Matem os poetas, queimem os livros, aniquilem os sonhos
Não se deixem contaminar por declamações
Não leiam mais nenhuma poesia
Quebrarei meus lápis, rasgarei meus rascunhos
Deixarei em branco as folhas do meu caderno
Já não me preocupo mais com palavras
E muito menos darei atenção a figuras de linguagem
Atentei contra o mundo com livros de poemas
Falando de amor, de dor e de esperança
Tentando fazer a diferença para tal ingrato
Já era noite quando me perguntaram se a poesia morreu
Eu tentei escrever para fazer o mundo cego ver
Mas a poesia está nos olhos de quem vê