O Sal da Idade
- oblogdovictao
- 17 de abr. de 2020
- 1 min de leitura
Tô olhando por aí, tentando me lembrar
Qualquer lembrança que me desperte
E traga-me certezas de um futuro que nunca vai chegar
Já faz tanto tempo que não nos vemos
Mas ainda sinto sua respiração atrás do meu ouvido
Como se você ainda estivesse aqui do meu lado
Mas já faz tanto tempo que não te vejo
Tento recordar o seu rosto em meio as memórias
Pensando em formas de materializar o que imagino
E ver você além de que com o meu coração
Não quero aprisionar o seu espírito em mim
Quero sentir você correndo pelos prados e campos
Chega de extravagâncias e exageros
O peso do isolamento me cega e também me consome
Só quero saber se você tá bem e feliz
Eu permito que você ainda habite em mim
Apesar de você já ter partido há tempos
Agora, há tempos em que você revive em mim
Assombra minha alma tal qual eu fosse um casarão vazio
Só os poetas enxergam dentro das minhas muralhas
Enquanto as recordações são a companhia da madruga
E todas as manhãs eu acordo com a dúvida
Terá sido mesmo tudo sonho?
Ou será que você um dia voltará a me encontrar?
Só sei que você ainda habita em mim
Não só na mente e no coração
Carrego você em cada célula do meu corpo
No tom da minha voz e no vazio dos meus olhos
O sal da idade dá a minha vida um gosto de fel
Quem inventou a saudade, com certeza, não tinha coração
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