Meu Português Ruim
- oblogdovictao
- 24 de mai. de 2020
- 1 min de leitura
Resta-me a garrafa como consócia
Ela não me mente ou engana
Não finge gostar de mim por conveniência
Seu conteúdo me engalana
Não me causa temor ou demência
Preenche-me o interior e a mente
Levando-me ao estado de torpor
Me alimentando, entorpecentemente
Já não posso fingir não descortinar
A realidade me macula os olhos e a moral
Propondo-me um escárnio
Com seu discurso xucro e banal
Não sou de conveniências
Tampouco, deixo-me levar pela maioria
Ataco as imperfeições
Sem parecer mero ato de rebeldia
Acaba-se o mundo
Sem que vocês acabem com a minha vida
Indelével é minha comparência
Embora para muitos, ela seja olvida
Não desperdiço um trago
Nem vou gastar meu português ruim
Fi-lo, mas não qui-lo
Deitar-me-ei antecipando o fim
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