Insônia
- oblogdovictao
- 28 de abr. de 2020
- 1 min de leitura
15 pras 4 da manhã
E eu acordado me perguntando
Será que alguém está pensando em mim?
Será que eu faria falta no mundo de alguém?
Grito pra noite, mas essa megera não responde
Parece se divertir com o meu martírio
O sono eu já perdi há duas horas
E a insônia é uma companhia indigesta
As doses de whisky me inebriam
Enquanto o som de uma voz doce me seduz
A morte pode ser convidativa quando ninguém escuta
As batidas do meu coração descompassaram
Sinto o formigar do corpo de tanto estar deitado
A falsa sensação de saber o que estou fazendo
Não mais me serve ou me ampara
Não tenho mais ninguém além de mim
Sou só um moribundo sobrevivendo
Encarando a tela branca do fim da programação
Ouço vozes ao longe e pergunto quem vem lá
Tentando não ter medo do que há de vir
Sabendo que nada mais faz sentido
O perfume das rosas me lembrar sepulturas
A chuva de meteoros está tão linda aqui fora
Olho para o céu em busca de respostas
Ou quem sabe do sono que me abandonou
Tomo uma última dose, já são 4 horas da manhã
Não tenho respostas para as minhas perguntas
Imagino que eu faça a diferença na vida de alguém
Que alguém me ame de verdade
Isso reconforta a minha mente desidratada
O etílico sangue corre rubro nas veias
Tento me lembrar se alguém faz diferença no meu mundo
Os amores que amei estão mortos
A minha poesia parece triste para ser lida a luz do dia
Mas quando chega a madrugada
Ela ganha força, vida, coragem e alegria
Questiono a minha existência por não querer sobreviver
Mas sim, por saber que se vive para amar e que se ama para viver
Logo, vou seguir amando a mim
Mesmo com medo de que o amor nem sempre é correspondido
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