Entre os Dentes
- oblogdovictao
- 9 de out. de 2016
- 2 min de leitura
Tocou-me a coxa com sua mão de lixa
Parecia que iria arrancar-me o couro
Apertava-me contra a parede como lagartixa
Sua virilidade lembrava-me a de um touro
Sentia-me invadida por sua presença
Sua boca tocava levemente a minha
Contudo, seus dedos davam sensação de prazer imensa
Abafar os meus gritos entre os dentes era o que convinha
Não tinha mais controle de nada
Era apenas passageira em seus braços
Tinha a sensação de ser a mais desejada
Com cada solavanco que levava com seus amassos
Arranhava-te as costas como que afiando a unha
Notadamente, era um movimento involuntário
Mexia-me como quem com violino compunha
Conseguia assim mexer com meu imaginário
Um canto escuro na rua era o nosso picadeiro
Cada beijo dado era um novo espetáculo
Com você era fácil ter prazeres ligeiros
Nossas roupas eram um obstáculo
Puxava o seu corpo para perto do meu
Como se disso minha vida dependesse
O desejo aumentou quando a lua apareceu
Fazendo com que em nós o tesão efervescesse
Domava-me como se eu fosse uma tigresa
Que busca sua presa sem qualquer escrúpulo
Daquelas que avançam na selva com firmeza
E dão o bote em um único pulo
Puxava-me o cabelo como se fosse da égua a crina
Fazendo com meu corpo um arco vibrante
Cada movimento das suas mãos me alucina
O meu gozo de prazer é cada vez mais esfuziante
Dava-me cada mordida que me arrepiava
Fazendo-me perder todos os sentidos
Meu pescoço era a zona erógena que me deleitava
Como que em tortura, só soltava leves gemidos
Forçava-me ao limite da sanidade
Deixando a cada beijo minhas pernas bambas
Agarrava-me com ferocidade
Pulsando como uma bateria de escola de samba
Já sentia o teto preto de tanto prazer
Não conseguia mais saber o que mais existia
Eu estava entregue a você
Como escrava, o que você mandasse eu faria
Levou-me para um lugar ainda mais ermo
Para aproveitarmos aquele momento
Entre nós, não haveria meio termo
A falta de prazer que seria um tormento
Deitou-me na areia branca
E colocou-se entre as minhas pernas
Ainda assim, puxou-me pela anca
Dando-me sensações de prazeres eternas
Já isolados, não precisava mais me conter
Gritei como uma loba no cio
Cansada, pude enfim me satisfazer
Deixando escorrer como um rio
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