Se vierem me perguntar o que eu levo de 2020
Inicialmente eu responderia: Nada!
Não quero levar nada desse ano terrível
Foram muitas perdas e muitas dores
Muitos dissabores, muitas decepções
Lágrimas, despedidas, ausências...
Ah, como sentimos ausências!
Aqueles que não podíamos abraçar
Os que não podíamos ver
E até os que não pudemos nos despedir
A dor preenche o espaço deixado pelo ente amado
Bem aqui dentro do peito
Não me fale em ano de descoberta ou reconstrução
Foi um ano de implosão e depressão
A dor nunca foi tão evidente em tempos atuais
Nunca estivemos tão perto da perda da Humanidade
Quem sabe agora a gente aprenda a dar valor ao que realmente importa
Talvez agora, valorizemos mais as pessoas que amamos
Sem medo de parecer caretas ou piegas possamos demonstrar nossos sentimentos
Voltemos a valorizar a Ciência e os estudos
Paremos de nos dividir e passemos a cooperar
Não falo só por conta dessa pandemia
Acho que chegamos ao fundo do poço como sociedade
Deixamos alguns traçarem um curso para a degradação e a divergência
Mas com o encerrar de mais essa volta em torno do Sol
Que fechemos esse ciclo!
Vamos nos prometer deixar para trás o que passou
Não, nunca iremos ou devemos esquecer
Contudo, que possamos perdoar a nós mesmos
Que nos preocupemos em levar a Humanidade ao seu devido lugar
Pregando a igualdade, a liberdade, a fraternidade e o perdão
Deixemos de lado as diferenças que nos separam
E valorizemos as igualdades que nos unem
Mas analisando aquela pergunta inicial
Agora sim, eu posso falar abertamente sobre isso
Eu levo de 2020 a esperança de dias melhores
A ideia de que o que vivemos não será em vão
Que vamos superar as nossas perdas
Aprenderemos com os nossos erros
E acima de tudo, seremos melhores
Não cessarão as ausências
Não deixaremos de sofrer perdas
E não vamos ser perfeitos
Mas se conseguirmos ser melhores
Sei que 2020 não terá sido um ano de se jogar fora
Venha 2021!
Nos traga a vacina, a cura e a união que essa Terra merece
No ano que vem te espero de braços abertos