Desértico
- oblogdovictao
- 14 de out. de 2020
- 1 min de leitura
Existe um lugar onde o Sol já não brilha
Onde a escuridão domina
Onde o breu reina absoluto
O soturno se levanta das sombras
As trevas tomam conta de todo o lugar
Não se consegue ver diante dos olhos
Um apagão total de luz
A ausência perfeita de toda claridade
Pobre alma que vaga obscura
Opaco manto da cerração
Carregada de tantos sortilégios
Tristeza, sofrimento e melancolia
Nada mais é capaz de trazer brilho
Quebrou-se o encanto nesse lugar
Um caminho sem volta para o desfiladeiro
Já não há plantas ou animais
Lugar inóspito e desagradável
Inabitável, hostil e adverso
Desértico
Já não é um lugar
É só algo que já existiu
Amargo gosto do fel na boca
Quem tenta se aproximar sofre
A morte espreita quem se avizinha
Não há ódio ou alegria
O que existe é a prostração
A languidez, a insatisfação
A mais perene misantropia
Para o mundo do desespero
A passagem é só de ida
Taciturno desprazer de viver
Casca oca, quase sem vida
Usando sorrisos só para disfarçar
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