Belchiormente
- oblogdovictao
- 7 de mai. de 2020
- 1 min de leitura
O meu corpo já abandonou a minha alma
Em meio a esses tempos loucos, nada melhor
O mundo antigo já não tirará nossa calma
A mãe dos males será sempre a minha dor
A solidão das redes sociais é mais romântica
Enquanto os números ganham nomes e rostos
Eu sigo na minha busca por uma semântica
Enquanto o mundo mostra só apostos
A distância era mais feliz no ano passado
Atualmente, acho que ela é capaz de matar
Ela sufoca todo e qualquer ser malfadado
Prefiro você do que o vírus roubando meu ar
Sanidade mental não se compra no mercado
E a resolução de toda vida é viver até a morte
Eu já não posso morrer como no ano passado
É a certeza de que hoje sou um sujeito de sorte
Me apego aos ensinamentos de velhos poetas
Para buscar um alívio para as minhas paranoias
Agora eu vou buscar para mim novas metas
Adiante vão saquear até as minhas falsas joias
Os despojos serão repartidos irmãmente
Em um mundo novo de abraços abertos
Sempre tornando a proximidade um peso pra mente
Mostrando a dor para os corações despertos
Aflige-me os tempos modernos modernosos
Acabando com a minha calmaria artificial
Agora a minha gente reunida em atos libidinosos
Enquanto a gente vive sob isolamento social
O mundo é uma roupa que não nos serve mais
Entulhada em nosso armário de quinquilharias
Tal qual o sol tomando os nossos quintais
A doideira tomou conta das nossas calmarias
Saia já do meu caminho com suas certezas
Eu prefiro andar sozinho com minhas questões
A vida se encarrega de me dar proezas
Enquanto vocês só se importam com cifrões
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