Beira-Mar

O sol desce por trás do navio

Vadio

Tenta se esconder de mim

É o fim

De mais um dia que corre manso

Banso

Me refastelo em sonhos perdidos

Condidos

Pensamentos de fuga pra longe

Monge

Almeja uma vida em outro lugar

Vagar

Pelo mundo atrás das suas aventuras

Fulguras

As águas tentam me cegar

No mar

O barco se vai deixando a tristeza

Correnteza

Tenta me puxar para alto-mar

Inumar

Assim em mim o meu desejo de água

Enxágua

Com pranto o que eu quero esquecer

Enlouquecer

Por saber que o barco não espera

Exaspera

Ver o sol indo embora sem mim

Assim

Aqui só vai me restar sentir o frio

Vazio

A dor então logo se espraia

Na praia

De porto em porto ela atraca

Jararaca

Dá o bote nos momentos impróprios

Aleatórios

Sua ondem apenas se segue

Persegue

Alcança até quem não quer te ver

Sorver

As esperanças cálidas de todos

Tolos

Creem saber para onde estão indo

Aludindo

Pensamentos mesquinhos de vida e sorte

Boa morte