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Pele

Não mais tenho o que dizer

Por vezes tentei e a voz falhou

Não me encaixo onde querem me adjazer

Na boca fica o gosto do que destemperou


Avoluma-se em mim o que não foi dito

Sufocando-me os pensamentos calados

Atando-me ao lamento dos malditos

Não quero a companhia dos acovardados


Às sombras não me esconderei

Se o faço, eu que envilecerei

Trairei o meu próprio propósito

Das minhas ideias seria um depósito


Não confunda silêncio com conivência

Serei eternamente força de resistência

Ante as opressões que o mundo me impele

Só por conta da cor da minha pele


Reporto as mazelas que a meu povo afligem

Retrato o caos e a dor com muito lirismo

Mas eu não fecho os olhos para o seu cinismo


Não dou as costas para a minha origem

Não venha você me tratar com açoite

Respeita que eu tenho a cor da noite

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